
Antes de orçamentos milionários e animações em 4K, os estúdios japoneses já criavam universos densos, memoráveis — e, em muitos casos, mais bem construídos que a maioria das séries modernas.
A nostalgia não explica tudo. Sim, os anos 90 deixaram marcas emocionais profundas em quem cresceu assistindo TV aberta com programação japonesa. Mas não é só isso: muitos desses animes apresentavam construções de mundo (worldbuilding) tão sólidas e inspiradoras que até hoje são referência narrativa, mesmo diante da avalanche de produções modernas com mais recursos tecnológicos e orçamentos maiores.
O segredo está na densidade simbólica
Animes como Serial Experiments Lain, Cowboy Bebop ou Yu Yu Hakusho criaram universos que não apenas serviam como pano de fundo para a ação — mas eram parte integrante da experiência emocional e filosófica.
As regras do mundo, a linguagem visual, as lacunas narrativas… tudo contribuía para dar ao espectador a sensação de que aquele universo existia além do episódio. E sem depender de CGI ou realismo gráfico.
10 animes dos anos 90 que dominaram o worldbuilding
A equipe da GAGNETWORK publicou uma lista especial com 10 animes da década de 1990 que ainda hoje são referência no que diz respeito à construção de mundos ricos, coerentes e instigantes.
O artigo vai além da nostalgia e aponta por que esses animes funcionam até hoje, mostrando como conseguem fazer mais com menos — algo que muitas séries atuais, mesmo com efeitos e orçamentos enormes, não conseguem replicar.
O que podemos aprender com esses clássicos?
- Estilo visual não precisa de hiperrealismo — precisa de identidade.
- Um mundo vivo é aquele que respeita suas próprias regras.
- Lacunas bem posicionadas criam mais mistério do que overexposição.
- A ambientação é uma extensão do protagonista.
- Menos é mais, quando você sabe o que quer dizer.
O passado ainda dita o futuro?
Sem dúvida. O sucesso de Trigun Stampede, o remake de Rurouni Kenshin, e até a persistência de franquias como Gundam e Evangelion, mostram que o que foi bem construído nos anos 90 ainda tem poder simbólico hoje. E não é por acaso.
Se você é fã de universos imersivos, worldbuilding de verdade e narrativas que respeitam a inteligência do espectador, vale visitar (ou revisitar) esses títulos com um olhar novo.