Publicado originalmente em 16 de outubro de 2011 – Restaurado para fins históricos pelo ExponenteGeek.

O lançamento da arquitetura Bulldozer da AMD gerou grande expectativa no mundo do hardware. A promessa era ousada: bater de frente com os processadores Intel e entregar desempenho de ponta com um design completamente novo. Mas será que essa revolução deu certo?

8 núcleos de verdade? Não exatamente.

Uma das principais polêmicas foi a forma como a AMD divulgou os processadores AMD FX como tendo 8 núcleos. Na prática, eram 4 módulos, cada um com dois “núcleos” que compartilhavam recursos — como a unidade de ponto flutuante (FPU) e parte do cache L2.

Ou seja, em tarefas que exigiam muito processamento de ponto flutuante, como jogos e renderização, o desempenho era prejudicado.

Segundo análises da época, quando os dois núcleos de um mesmo módulo precisavam acessar a FPU ao mesmo tempo, criava-se um gargalo que comprometia a performance.

Comparação com o HyperThreading da Intel

Na teoria, a proposta da AMD lembrava o HyperThreading da Intel, mas a implementação foi bem diferente. Enquanto o HyperThreading simula dois threads em um mesmo núcleo físico de forma eficiente, a abordagem da AMD envolvia compartilhamento físico real, o que gerava conflitos de acesso e perda de desempenho.

Consumo e aquecimento

Outro ponto crítico era o consumo elevado de energia, aliado a temperaturas altas, mesmo em tarefas comuns. Isso exigia soluções de refrigeração mais robustas — algo que não agradou os usuários domésticos.

Foi um fracasso completo?

Não totalmente. Para tarefas fortemente paralelizáveis, como codificação de vídeo e virtualização, o FX Bulldozer ainda tinha desempenho competitivo. Mas para jogos e uso geral, a maioria considerou o lançamento uma grande decepção.

Conclusão

O AMD FX Bulldozer foi uma aposta ousada e inovadora da AMD, mas que não entregou o que prometia. Seu design modular acabou sendo um tiro no pé para boa parte dos usuários, principalmente os gamers.

Hoje, esse artigo segue como um registro histórico de uma época em que a AMD tentou mudar tudo — e aprendeu muito no processo.

Aqui na ExponenteGeek feitos históricos também tem valor, não perdemos uma passagem sobre o mundo geek!